Um número sem conta de vezes as equipas técnicas nacionais se questionam, sobre as razões pelas quais vão surgindo jogadores talentosos nas posições de base e a alto nível cometem os mesmos erros não interpretando na plenitude a função que se pretende.
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Ao acompanhar a Final a 8 da Taça de Portugal demos por nós a pensar, se o que vimos fazendo com os nossos bases ao logo dos anos, corresponde às necessidades do desempenho de tal função? Agora se acompanharam os jogos da Final a 8 da Taça de Portugal, revejam o trabalho do Nuno Manarte nas tarefas dum verdadeiro base (como dizem os brasileiros "armador de jogo").
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Clarifiquemos pois a função e evitemos que só por serem mais hábeis na condução da bola ou por não terem altura para outras posições de jogo, encaminhemos os jovens para esta função e depois exigimos o que não estão preparados para fazer por deficiente preparação e informação da tarefa.
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O base deve ser líder dentro e fora do campo, deve pensar com e como o seu técnico durante o jogo, pois das suas mãos passam quase todas as grandes decisões do jogo. O base deve ser o maestro e conduzir o jogo tanto no ataque como na defesa e saber criar situações de vantagem para si e companheiros, oferecendo sempre perigo para a defesa e estar constantemente a orientar a defesa tendo capacidade para antecipar o que vai acontecer. O base deve possuir capacidade para fazer a leitura do jogo e conhecer o jogo para perceber e identificar o que fazer na defesa e no ataque e fazer chegar a bola aos jogadores que estão melhores em cada momento. Deve conversar com o técnico quando tiver dúvidas e estar totalmente preparado para o que faz a equipa adversária, identificando as qualidades e fraquezas de todos os adversários.
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Quando regressar ao banco deve sentar-se junto aos técnicos para trocar ideias com eles e saber o que está a acontecer.
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Assumir como tarefa sua o relacionamento único com os juízes e não permitir que outros o façam.
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Quando no ataque
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Na transição ofensiva "puxar a bola" no campo todo, orientando a busca do jogador livre e procurando que os restantes ocupem rapidamente as restantes posições de jogo. Orientar o posicionamento. Ter sempre o controle do tempo de jogo e do marcador para escolher a opção ofensiva ajustada.
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Seleccionar bem os lançamentos, procurando observar as possibilidades de ressalto ofensivo e manter elevada agressividade ofensiva para penetrar e "partir" a defesa. Observar sempre os lançamentos da equipa e falar com os colegas sobre as opções efectuadas, buscando chances de ressalto ofensivo (ressaltos longos), mas tendo sempre presente as tarefas de balanço defensivo.
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Quando na defesa
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Ainda no campo ofensivo começar a vigiar o base adversário e tentar impedir/retardar a transição ofensiva da outra equipa e dar só as faltas absolutamente necessárias. Procurar explorar os pontos fracos do adversário directo (passe , mão fraca , lançamento /área). Quando na defesa da bola identificar os sistemas adversários e avisar /antecipar o que vão fazer.
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Defender de forma inteligente não queimando toda a energia que depois faltará no ataque, não forçar o roubo de bola, os erros adversários surgirão com naturalidade se estiver atento.
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Tudo ou quase tudo isto esteve presente nos jogos da meia final e final na actuação do Nuno Manarte e como tal aqui fica o meu reconhecimento pela ajuda na reflexão efectuada.
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Prof. Orlando Simões
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